segunda-feira, 15 de julho de 2013

ARTIGO DE OPINIÃO - VIDA MARIA

Recentemente revi o filme de animação em curta metragem “Vida Maria”, do diretor Márcio Ramos, para um trabalho de graduação. Como não era a primeira vez que o via, pude me ater mais ao assunto tratado, já que de outras vezes havia me fixado mais na arte do filme.
É um filme que recomendo a todas as pessoas que têm senso crítico do contexto social dos que vivem na pobreza e na ignorância.
A história da menina que é repreendida pela mãe por estar “perdendo tempo desenhando letras”, não deve ser encarada apenas como uma historinha de filme, ocorrida em outro tempo e lugar. Ainda hoje, e em muitos lugares, crianças não têm acesso, ou não são incentivadas a estudarem, pois os pais não acreditam que a educação possa transformar vidas.
A menina Maria recebe da mãe a educação que esta recebeu também. Uma educação que mostra que a vida se resume a se resignar com o “destino”, em que a pessoa nasce, começa a crescer e a trabalhar. Depois vem mais trabalho, casamento, procriação, criação de filhos... Depois mais trabalho, e a inevitável morte. E assim o ciclo da pobreza, da miséria e da ignorância está cumprido.
E se uma menina começa a estudar, o que vai acontecer? Para uma pessoa sem conhecimentos como a mãe de Maria, nada! Só vai atrapalhar o trabalho, que é mais importante. Afinal o sol escaldante e a falta de tudo não vai mudar por causa de uns rabiscos, umas letrinhas.
Para quem não acredita na educação como elemento transformador de vidas, também recomendo o filme; é muito bonito e talvez o faça mudar de ideia.

sexta-feira, 16 de março de 2012

NATUREZA: QUEM AMA, PRESERVA


Gosto de tudo que tem relação com a natureza, e tenho uma grande preocupação com a proteção e conservação do meio ambiente, pois de quê adiantará todo progresso científico, cultural, tecnológico e financeiro, se não tivermos um mundo habitável para desfrutá-lo?


No entanto, não gosto muito de falar sobre esse assunto, porque o mais importante é agir, mas se ninguém falar do que pensa e/ou faz, como outros ficarão sabendo para, quem sabe, fazer igual?

 

A verdade é que existe muita distorção e hipocrisia entre as pessoas que dizem amar a natureza e se preocupar com o meio ambiente. Tem gente que diz amar tanto a natureza que nos fins de semana vai para áreas ecológicas com seus carros barulhentos cheios de gente para pisotear a vegetação, quebrar galhos, rabiscar as árvores, fazer fogueiras. Além disso, usam som em alto volume, sem pensar o quanto isso é danoso para a audição sensível dos animais. Quando vão embora costumam deixar de presente um monte de lixo, isso quando não arrancam mudas de plantas silvestres ou aprisionam animais, porque tem gente que “ama” tanto a natureza que tem que levar pedaços dela para casa. Com amigos assim a natureza não precisa ter inimigos.


Quanto à preservação do meio ambiente, certamente é direito de todos aproveitarmos pelo menos um pouco das vantagens proporcionadas progresso tecnológico, mas será que realmente precisamos ter ou fazer tudo que o consumismo capitalista diz que precisamos? Por exemplo: tem pessoas que vão para a academia de carro. Ora, se fossem a pé talvez nem precisassem de academia, mas frustraria o capitalismo consumista, que diz que você deve fazer academia e andar de carro.

 

É claro que salvar o planeta já tão castigado não é uma tarefa fácil, mas se pelo menos houvesse uma conscientização, as coisas poderiam mudar. São gestos simples que todos podem fazer, como deixar o carro em casa um dia da semana e ir de ônibus, usar suco natural em lugar de refrigerante algumas vezes (a “embalagem” de uma fruta desintegra em poucos dias e vira esterco, uma garrafa pet fica na natureza muitos anos), quem tem bebê poderia algum dia usar fraldas de pano como as nossas mães e avós usaram etc.


Há uma lista infindável de ações que podemos fazer em favor do meio ambiente e outra lista igual que as pessoas usam como desculpa para não fazerem nada. Mas seria importante pensar: somos sete bilhões de seres humanos sobre o planeta, no ritmo em que vamos, breve estaremos atolados em montes de lixo, resultado de nossa insensatez. Por outro lado se cada um de nós, sete bilhões de cabeças pensantes, fizer um pequeno gesto de preservação a cada dia, podemos sim, salvar nosso planeta.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO E CIDADANIA


Outro dia estava pensando em escrever algo sobre educação e cidadania para postar no meu blog, quando vi algo que me chamou à atenção, e disse para mim: já sei sobre o que vou escrever!
E o que foi que vi? Bem, era uma carreata com dezenas de caminhões e carros com sons estridentes, buzinas, foguetes e um locutor que, aos berros anunciava as promoções de determinada loja. Fiquei pensando: é claro que uma campanha desse tipo foi planejada por um profissional competente, e que busca cumprir o seu papel como profissional. Mas será que quem encomendou e quem planejou o evento pensou em cidadania, ou seja, em como afetaria os habitantes da cidade? Será que não importa as conseqüências quando se busca um objetivo? O que dizer da queima de combustíveis que degrada o meio ambiente? E a poluição sonora que afeta  todas pessoas, principalmente as mais jovens? E o caos que provoca no trânsito?
Este é um grande problema do mundo atual: ninguém se preocupa em como seus atos afetam os outros. Desde os políticos e grandes empresários que deveriam dar o exemplo de uma vida a serviço comunitário, até os mais simples indivíduos, parece que pensamos num mundo só para nós. Os ricos mesmo tendo o suficiente para algumas gerações, sempre querem mais, não importando se para conseguir, tenha que ser desonesto, explorar os outros, ou destruir o meio ambiente. Os menos favorecidos também não costumam mostrar consideração pelo próximo,  como a falta de educação no trânsito, jogar lixo nas ruas, sujar ambientes que outros vão usar, inclusive o gesto desagradável e corriqueiro de pais que colocam os filhos dentro dos carrinhos de supermercado com os mesmos calçados que pisaram na rua, como se fossem os últimos a usá-lo.
Na minha opinião cidadania é uma coisa que deve vir de berço, mas nossas escolas deveriam ensiná-la mais, o que parece não interessar aos poderosos, porque é melhor formar apenas bons profissionais, que farão das nossas empresas mais competitivas, o que trará mais dinheiro e fará o país mais próspero. O indivíduo educado para a cidadania seria mais exigente dos seus direitos, teria consciência dos próprios atos, e assim votaria melhor, por isso seria mais difícil governá-lo. Mas ainda sim, acho que educar para a cidadania deveria ser a função primordial das nossas escolas, para termos seres humanos melhores e esperança de um futuro brilhante para a humanidade.

sábado, 31 de dezembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DAS MANIFESTAÇÕES POPULARES EM NOSSA CULTURA


Estas são considerações minhas, feitas num fórum da disciplina Fundamentos da Educação, no qual discutimos a importância das manifestações populares em nossa cultura.

Sobre as manifestações populares:
“As manifestações populares são uma fonte muito importante de cultura e integração social. Desde os recantos mais isolados do interior, as pessoas sempre preservaram essas manifestações, com rezas, Folia de Reis, quadrilha etc. E assim aprendiam a cantar, dançar, além da integração comunitária. Me lembro que na roça pessoas cantavam e rezavam em latim sem nem saberem bem do que se tratava, além de algumas que procuravam mesmo aprenderem um pouco de latim, só pelo fato de que as missas eram celebradas nessa língua. Aqui na nossa região creio que as manifestações populares poderiam ser mais ativas, já que temos uma variedade muito grande de pessoas, vindas de regiões diferentes. Só que, pelo menos em Ipatinga há uma tendência de as pessoas se isolarem em grupos sociais, religiosos etc. e isso prejudica as manifestações populares principalmente porque normalmente elas tem origens religiosas.”


Respondendo sobre a tradição das festas juninas:
“Realmente as festas juninas (que já não são só juninas), são uma manifestação popular muito interessante. Inclusive os nossos vizinhos municípios de Mesquita e Santana do Paraíso tem suas festas oficiais. As “festas juninas” de que me lembro na roça era algo bem mais simples: a gente fazia uma fogueira, com bombas de bambú cheias de água (era cada estouro, e o perigo de um banho de água fervendo), tinha gente que passava nas brasas descalços, ás vezes se partilhava algo de comer, que poderia ser canjicão feito manualmente num pilão. Apesar de simples era bem divertido. Hoje, nas cidades as festas são bem sofisticadas. Pena que por falhas que bem conhecemos do poder público, essas festas tiveram que se transformarem num meio de as escolas e outras entidades arrecadarem dinheiro, para reforçarem o orçamento.”


Comentando sobre o que tem acontecido com as manifestações populares:
“(...) as tradições populares tendem a desaparecerem ou serem profissionalizadas, como é o caso do festival de Paritins, no Amazonas, que transformou uma manifestação popular (o Boi), em uma atração de repercussão internacional. Como eu já disse a comunidade onde nasci era pequena e muito pobre, mas as pessoas tinham suas manifestações populares, como Folia de Reis, cantavam ladainhas em latim mesmo alguns sendo analfabetos. Só que nas décadas de 60 e 70, com a morte dos moradores mais velhos e o êxodo dos jovens para trabalharem fora, a comunidade se extinguiu ( ah! O primeiro que acabou foi a escola), e os moradores se espalharam. Como toda essa tradição era oral, nada ficou documentado, poucas pessoas ainda existem que se lembram de algumas dessas coisas. Meu pai sabia muitos versos de Folia de Reis, eu não sei nem um. Infelizmente, isso é que está acontecendo com muitas de nossas tradições.”

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MINHA PRIMEIRA LEITURA DE MUNDO


A minha primeira leitura de mundo é de uma pequena e pobre comunidade na roça, formada por menos de dez casas, cortada pelo que chamávamos de “rio”, mas que fora de épocas de enchentes, não passava de um riacho. Esse “rio” teve um papel decisivo em nossas vidas naquele tempo. É que morávamos no município de Ouro Preto, e o rio cortava a comunidade ao meio. Com a emancipação do município de Ouro Branco, o rio ficou como limite entre os dois municípios e a comunidade ficou dividida ao meio. A escolinha da comunidade, da qual meu pai era inspetor (voluntário), ficou do lado do novo município e o prefeito resolveu fechá-la. O drama atingiu em especial a minha família, que tinha muitas crianças em idade escolar.
Assim, o meu pai, que só tinha a quarta série daquele tempo, e a minha mãe, que mal foi à escola, foram quem alfabetizaram a nós, os filhos mais novos. Não me lembro de como aprendi a ler, mas sei que apesar dos recursos escassos, resolveram “investir” em mim: compraram um livrinho do autor Thomaz Galhardo, chamado “Cartilha da Infância”, que por sinal ainda o possuo. De resto estudávamos em livros velhos, escrevíamos em qualquer papel que conseguíssemos. Cheguei a escrever em lousa, que é um pequeno quadro de pedra, do tempo de meus pais. Lembro-me de uma vez que apareceu por lá um folheto de anúncio de uma festa religiosa e comecei a lê-lo; daí descobri que era capaz de ler com o folheto em qualquer posição, ou seja, de cabeça para baixo, invertido, ou pelas costas, já que era quase transparente.Ficou todo mundo admirado. Certa vez eu estava na venda que tinha lá “perto” (a uma légua!), e a dona percebeu que eu lia o que estava escrito nas latas de produtos, ficou com dó e me deu um monte de “Gurilândia”, que era o suplemento infantil do jornal Estado de Minas.
Nos anos seguintes, li todos os livros que tinha em casa, que não eram tantos. Alguns eram didáticos, principalmente de História, outros de contos, como: Branca de Neve, João Soldado etc. Só não pude ler um, que ensinava a escrever cartas para namoradas, não tive permissão pra lê-lo. Certa vez ganhei uma revista de Walt Disney, acho que era do Mickey, e fiquei encantado, não sei quantas vezes a li.
Só consegui frequentar uma escola com mais de doze anos de idade, quando fui morar na casa de uma família onde trabalhava e estudava à noite. Graças ao que aprendi em casa, já fui direto para 3ª série. Nesse tempo, além do que lia na escola, na casa onde morava havia muitas revistas antigas, em especial as de quadrinhos, e quando tinha uma folga eu as “devorava”.
Li muito nos tempos que estudei para o Supletivo, pois não fiz nenhum curso preparatório para as provas, como também não o fiz para o vestibular do curso de Letras. Assim sendo, a leitura da palavra escrita, nas formas e gêneros mais diversos, tem sido constante na minha vida. Porém a leitura da vida, do mundo ao redor, não tem sido de menor importância, desde aquele “rio”, aquele folheto, aquele livrinho...

sábado, 16 de julho de 2011

UM POUCO MAIS SOBRE MIM


Rapidinhas:
Eu amo... a Deus, a vida, as pessoas,os animais, as plantas, ...a natureza.
Eu odeio... (não costumo usar esta palavra) pessoas avarentas, egoístas, que maltratam animais, destroem o planeta.
Minhas preferências na vida pessoal... Gosto de tudo que possa ampliar meus conhecimentos.
Eu professor... Ainda não sou, entendo que o bom professor não é aquele que sabe tudo, e sim o que procura sempre o conhecimento e transmite aos alunos.
Minhas preferências na vida profissional... Fui metalúrgico, não por opção, foi o melhor que surgiu. Hoje cuido de plantas e animais, com paixão. Se me tornar professor, será por amor, não por esperar por grande compensação financeira.
As TICs na minha vida pessoal... Não sou grande adepto das tecnologias, custei a ter um celular e usar o computador em casa.
As TICs na minha vida profissional... Quando era metalúrgico tinha contato diário com computadores. Hoje não preciso para cuidar de plantas. Se me tornar professor, terei que usar o que for necessário.
Eu aprendi neste curso... Estou aprendendo muitas coisas, não imaginava que o curso teria tanta abrangência.
Eu quero... Continuar aprendendo, e aproveitando o que o curso proporciona.

Qual o impacto do curso de graduação a distância na sua vida pessoal e profissional? Dê exemplos e justifique sua resposta.
Bem, conforme digo sempre, o curso de Letras é a realização de um sonho. Profissionalmente não há impacto, pois já sou aposentado. Na vida pessoal é muito importante quando temos uma novidade assim. Geralmente, as pessoas elogiam, ou se espantam: “você vai ser professor”? No fim tem sido muito bom!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

PRIMEIRA ESCOLA VERDE DO BRASIL

Foi inaugurado no dia 20 do mês passado em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro, o primeiro colégio verde do Brasil. Trata-se da Escola Estadual Erich Walter Heine, que possui lâmpadas de LED, que reduzem em até 80% o consumo de energia; e instalações que captam a água da chuva para ser utilizada em sanitários, nos jardins e na limpeza da escola. Os cerca de 200 alunos também recebem seus próprios computadores e, com isso, podem trocar os cadernos por pendrives. Numa região em que a temperatura ultrapassa os 40°C no verão, a temperatura é reduzida graças ao formato de cata-vento da construção e o telhado verde.

Fonte: Folha Universal n.º 1001 – 12 de Junho de 2011

Realmente uma iniciativa interessante, pois se queremos um desenvolvimento sustentável melhor começar desde cedo, nas escolas.